Entenda o mecanismo da dor e como comunicá-la ao médico
Existem diferentes tipos de dor e cada um de nós a experimenta de uma forma única. Por vezes, quando precisamos falar sobre isso com um médico, surge a dificuldade de descrever a dor com palavras certeiras.
Saber sobre a sua dor e entender como falar sobre ela pode ajudá-lo a informar precisamente ao seu médico como você se sente e qual a intensidade da dor. Quanto mais clara for a situação, mais fácil será realizar o diagnóstico e traçar um tratamento que seja ideal para o seu caso.
Existem tantos tipos diferentes de dor e de maneiras de descrevê-la que parece quase impossível dar a resposta certa.
Nessa matéria você irá entender o que é a dor, quais os tipos e como descrevê-la para o seu médico.
Boa leitura!
O que é a dor?
A definição oficial dada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) diz que “a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano real ou potencial ao tecido, ou descrita em termos de tal dano“.
Então, mesmo que não seja agradável, é a maneira do seu corpo avisar que algo de que não gosta está acontecendo. Se você não sentisse dor ao mergulhar a mão em água fervente, o que aconteceria?
É a maneira do corpo perceber que ocorreu dano ao tecido e provoca uma reação para evitar que mais dano ocorra.
Sentir dor não é nada bom, mas é inquestionável a sua importância.
Como sentimos dor?
A dor é transmitida aos nervos que comunicam a mensagem de socorro ao cérebro por meio da medula espinhal. Seu cérebro interpreta a dor e diz a seu corpo como responder para limitar o dano.
Os diferentes tipos de dor
Você já ouviu falar que a dor é apenas algo psicológico? Embora seja uma experiência que todos já tiveram e terão ao longo da vida, cada um a vive de uma forma única, sendo uma experiência completamente subjetiva.
Para conseguir falar com o seu médico sobre como é a dor que está sentindo, é preciso entendê-la, afinal, existem vários tipos de dores que podem te deixar confuso na hora de descrevê-la.
Alguns dos principais tipos de dor são:
Dor aguda
A dor aguda geralmente ocorre de repente e pode ser devido a uma doença, lesão ou cirurgia. Pode ser aguda e intensa, mas desaparecerá quando o motivo da dor for resolvido ou o tecido cicatrizar.
É importante certificar-se de que o tratamento é adequado, caso contrário, a dor aguda pode se transformar em dor crônica.
Exemplos de causas podem ser:
- Trauma;
- Esforço excessivo durante um treino ou atividade de trabalho;
- Queimaduras;
- Fraturas ósseas;
- Cirurgia.
Dor crônica
Sofrer de dores crônicas pode ser exaustivo, pois é persistente e pode durar meses ou até anos. O nível de dor pode variar de um dia para o outro, de leve a forte.
Às vezes, a causa raiz da dor é desconhecida, outras vezes é conhecida, como uma lesão anterior. Infelizmente, a dor pode persistir mesmo quando a causa raiz da dor é curada.
Alguns exemplos de dor crônica podem ser:
- Algumas formas de dor de cabeça;
- Osteoartrite, artrite;
- Dor nas costas.
Dor inflamatória
A inflamação normalmente é acompanhada de vermelhidão, inchaço e superaquecimento da área dolorida.
A dor da inflamação é causada pela resposta protetora do corpo quando ele é danificado de alguma forma. Frequentemente, é sentida na área dos ombros, quadris e mãos, joelhos ou parte inferior das costas.
Dor neuropática
É um tipo estranho de dor, pois se deve basicamente a algo que não está funcionando bem no sistema nervoso. Pode ser que ele tenha sido danificado ou não esteja funcionando corretamente.
Você pode sentir uma sensação de queimação, formigamento ou picada, mas a causa real é normalmente desconhecida.
Dor nociceptiva
A dor nociceptiva é a dor causada por danos ao corpo e é uma reação protetora. Exemplos comuns incluem dor somática nas articulações, como osteoartrite, dor lombar ou lesões esportivas e, eventualmente, dor após a cirurgia.
Como falar sobre dor
O que responder ao médico quando ele falar “Você pode me dizer como é a dor?”.
Se você sente dores frequentes, ou começou a sentir uma que não sabe o motivo, uma boa dica é iniciar um “diário da dor”.
Um diário de dor é uma nota diária de:
- Que tipo de dor você sentiu em um determinado dia, se houver;
- Quanto tempo durou;
- Se a dor (ou diferentes tipos de dor) se mantinha constante ou não durante o dia e a noite;
- Se você sente que algo em particular causou aquela dor;
- Intensidade da dor de 1 a 10: 1 se for leve, até 10 quando for insuportável.
Todo mundo terá limites diferentes, e é por isso que é realmente importante medir sua dor em comparação com suas experiências anteriores.
Saber escolher as palavras para descrever sua dor também é importante. Algumas palavras mais usadas e mais úteis, são:
- Facada
- Formigamento
- Queimação / congelamento
- Dormência
- Cólicas
- Dor aguda
- Dor excruciante.
Ao conversar com seu médico, não tenha pressa em explicar a dor que está sentindo e considere o que escreveu em seu diário!
Para conseguir passar um diagnóstico correto e rápido, o médico pode solicitar exames detalhados, radiográficos e laboratoriais. Desta forma, assim que estiver com todas as informações disponíveis, o médico especialista irá traçar o melhor tratamento para que o problema seja tratado e você recupere sua qualidade de vida e bem-estar.