Espondilolistese: causas, sintomas e tratamentos

A espondilolistese é uma condição médica que afeta a coluna vertebral, mais especificamente a coluna lombar (região inferior das costas) ou cervical (região do pescoço). Ela ocorre quando uma vértebra desliza para a frente em relação à vértebra adjacente, o que pode resultar em compressão de nervos, dor nas costas e outros sintomas.

Para entender melhor sobre essa condição e as suas consequências, leia este artigo até o fim.

Quais são as possíveis causas da espondilolistese?

A espondilolistese pode ter várias causas, e as mais comuns incluem:

  • Congênita: Em alguns casos, a espondilolistese é uma condição presente desde o nascimento, devido a anormalidades no desenvolvimento da coluna vertebral.
  • Iatrogênica: Isso ocorre como resultado de procedimentos cirúrgicos anteriores na coluna vertebral.
  • Degenerativa: O desgaste natural das articulações facetárias entre as vértebras pode causar a espondilolistese. À medida que as articulações envelhecem e se desgastam, a estabilidade da coluna vertebral pode ser comprometida, levando ao deslizamento de uma vértebra sobre a outra.
  • Traumática: Uma lesão aguda na coluna vertebral, como uma fratura, pode levar à espondilolistese. Isso ocorre quando a pars interarticularis, uma parte específica da vértebra, é fraturada.
  • Displasia: Em alguns casos, a espondilolistese pode ser causada por anormalidades no formato das vértebras, que afetam a sua estabilidade.
  • Estresse repetitivo: Atividades que envolvem estresse repetitivo na coluna vertebral, como ginástica, levantamento de peso e certos esportes, podem contribuir para o desenvolvimento da espondilolistese, especialmente em jovens atletas.
  • Idade: A espondilolistese é mais comum em adultos mais velhos, devido ao desgaste natural da coluna vertebral com o envelhecimento.
  • Hérnia de disco: Uma hérnia de disco pode levar ao enfraquecimento das estruturas de suporte da coluna vertebral, o que, por sua vez, pode contribuir para a espondilolistese.

Atenção aos sinais de espondilolistese!

Os sintomas da espondilolistese podem variar de pessoa para pessoa, dependendo do grau de deslizamento da vértebra afetada, da causa subjacente e de fatores individuais.

Alguns pacientes podem não apresentar sintomas, enquanto outros podem experimentar sintomas significativos. Os sintomas comuns da espondilolistese incluem:

Dor lombar

A dor nas costas é um sintoma predominante e geralmente é sentida na região lombar, na parte inferior das costas. A intensidade da dor pode variar de leve a intensa e pode ser constante ou intermitente

Dor na perna

Além da dor nas costas, a espondilolistese pode causar dor nas nádegas e nas pernas, que é muitas vezes referida como ciática. Essa dor pode irradiar ao longo do trajeto de um nervo comprimido na coluna vertebral e pode ser acompanhada de sensação de formigamento, dormência ou fraqueza nas pernas.

Rigidez

Alguns pacientes podem experimentar rigidez nas costas, tornando os movimentos da coluna vertebral mais difíceis e dolorosos.

Dificuldade em andar

Em casos graves, a espondilolistese pode levar a dificuldades para caminhar devido à dor nas costas e às alterações na função das pernas.

Fraqueza muscular

A compressão dos nervos na coluna vertebral pode levar à fraqueza dos músculos das pernas, o que pode afetar a mobilidade.

Formigamento e dormência

Sensações anormais, como formigamento ou dormência, podem ser sentidas nas nádegas, coxas e pernas, devido à compressão nervosa.

Diminuição da flexibilidade

A capacidade de se curvar ou alongar a coluna vertebral pode ser reduzida devido à dor e à limitação dos movimentos.

Praticar exercícios físicos pode causar espondilolistese?

Como disse anteriormente, a espondilolistese pode ser influenciada por fatores hereditários e genéticos, bem como por uma variedade de outros fatores, incluindo lesões, condições médicas subjacentes, desgaste da coluna vertebral e estresse repetitivo na coluna.

A prática de exercícios físicos em si não é uma causa direta da espondilolistese, mas certos tipos de atividades físicas que colocam estresse repetitivo na coluna vertebral, especialmente na região lombar, podem aumentar o risco de desenvolver a condição em pessoas predispostas.

Atividades de alto impacto, como levantamento de peso, ginástica, saltos frequentes e movimentos que envolvem hiperextensão da coluna, podem criar tensões excessivas nas articulações facetárias e na pars interarticularis, que são áreas da coluna vertebral frequentemente envolvidas na espondilolistese.

Se uma pessoa já tem uma predisposição genética para a espondilolistese ou apresenta anormalidades nas vértebras, a realização regular de tais atividades pode aumentar o risco de desenvolver a condição.

É importante notar que muitas pessoas que praticam exercícios físicos de alto impacto não desenvolvem espondilolistese, e a predisposição genética desempenha um papel significativo na sua ocorrência

Além disso, medidas de segurança, técnicas adequadas e a supervisão de um profissional de saúde ou treinador qualificado podem ajudar a minimizar o risco.

Mulher com dores na lombar por uma possível espondilolistese
Espondilolistese pode causar dor e rigidez na lombar e cervical

É possível prevenir a espondilolistese?

A prevenção da espondilolistese geralmente se concentra em reduzir os fatores de risco conhecidos e adotar práticas saudáveis de cuidados com a coluna vertebral. Embora nem sempre seja possível evitar completamente a condição, as seguintes medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver espondilolistese:

  1. Fortalecimento muscular: Manter a musculatura do tronco e da região lombar forte é fundamental para a estabilidade da coluna vertebral. Exercícios de fortalecimento, como os que visam os músculos abdominais, das costas e do quadril, podem ajudar a proteger a coluna. Consulte um fisioterapeuta ou um treinador para desenvolver um programa de exercícios adequado.
  2. Técnicas de levantamento: Aprenda e pratique técnicas adequadas de levantamento de peso, especialmente se você realiza atividades que envolvem levantamento de objetos pesados. Dobrar os joelhos e manter as costas retas ao levantar é fundamental para reduzir o estresse na coluna vertebral.
  3. Postura adequada: Mantenha uma postura adequada ao sentar, ficar de pé e caminhar. Evite ficar muito tempo em posições que sobrecarregam a coluna vertebral. Utilize cadeiras ergonômicas e apoio lombar ao sentar.
  4. Evite impactos repetitivos: Reduza a participação em atividades de alto impacto que possam sobrecarregar a coluna vertebral, como saltos, corridas em superfícies duras ou outros movimentos que envolvem hiperextensão da coluna.
  5. Controle de peso: Manter um peso corporal saudável pode reduzir o estresse na coluna vertebral e diminuir o risco de desenvolver espondilolistese.
  6. Alongamento: Praticar alongamento regularmente pode ajudar a manter a flexibilidade da coluna vertebral e dos músculos circundantes.
  7. Cuidado com lesões: Evite lesões na coluna vertebral, como quedas ou acidentes, que podem aumentar o risco de espondilolistese.
  8. Exames médicos regulares: Se você tiver antecedentes familiares de espondilolistese ou apresentar sintomas de dor nas costas persistentes, consulte um médico para avaliação e acompanhamento adequados

Lembre-se de que a espondilolistese pode ter componentes genéticos, e nem sempre é possível prevenir a condição.

No entanto, adotar práticas de vida saudáveis e cuidados com a coluna pode ajudar a reduzir o risco e promover uma coluna vertebral mais saudável ao longo do tempo.

Quais são as possibilidades de tratamento da espondilolistese?

O tratamento da espondilolistese depende do grau de deslizamento vertebral, das causas subjacentes, da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais de cada paciente. Existem abordagens conservadoras (não cirúrgicas) e cirúrgicas disponíveis. Aqui estão os principais tratamentos para a espondilolistese:

Tratamento Conservador

  • Fisioterapia: A fisioterapia pode ajudar a fortalecer os músculos das costas e do abdômen, melhorar a flexibilidade e ensinar técnicas de postura adequada.
  • Medicamentos: Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou analgésicos podem ser usados para aliviar a dor e a inflamação.
  • Repouso: Em casos leves, o repouso e a moderação das atividades físicas podem ajudar a aliviar os sintomas.
  • Dispositivos de apoio: O uso de coletes ortopédicos ou cintas lombares pode oferecer suporte à coluna e aliviar a dor.

Injeções de Corticosteroides

  • Injeções de corticosteroides podem ser administradas diretamente na área afetada da coluna para reduzir a inflamação e aliviar a dor.

Cirurgia

  • A cirurgia pode ser considerada em casos graves de espondilolistese ou quando o tratamento conservador não é eficaz. Existem várias opções cirúrgicas, incluindo:
    • Fusão espinhal: Esta é a cirurgia mais comum para a espondilolistese, na qual o cirurgião remove o disco intervertebral entre as vértebras afetadas e as funde com enxertos ósseos e dispositivos de fixação, como placas e parafusos, para estabilizar a coluna.
    • Descompressão: Em casos em que a compressão dos nervos é um problema, o cirurgião pode realizar uma descompressão para aliviar a pressão nos nervos.
    • Reparo da pars interarticularis: Se a espondilolistese resultar de uma fratura na pars interarticularis, o cirurgião pode realizar uma reparação direta dessa área.

Conclusão

O tratamento específico escolhido dependerá de uma avaliação médica detalhada e do grau da espondilolistese. O objetivo principal do tratamento é aliviar a dor, restaurar a estabilidade da coluna e melhorar a qualidade de vida do paciente.

A decisão de realizar cirurgia geralmente é considerada quando outros tratamentos não fornecem alívio adequado da dor ou quando há risco de danos neurológicos devido à compressão dos nervos.

Cada caso é único, e é importante discutir todas as opções de tratamento com um médico especializado em coluna para determinar a abordagem mais adequada.

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