Sua coluna é amiga da sua rotina? Se sente dor é prova que não. Estar mais consciente dos fatores que agem sobre a estrutura, que dá sustentação ao corpo, é condição para viver melhor. E as mulheres precisam de cuidados específicos. Veja quais e como prevenir dores crônicas.
Você não vê, mas sente. E cada década, que a coluna vertebral sustenta seu corpo, está sujeita a fatores diferentes. Mas a notícia boa é que, com conscientização, você pode cuidar para chegar aos cem anos com qualidade.
Tudo começa muito antes do que se imagina: ” A mulher tem períodos mais sensíveis, desde a adolescência. Por exemplo, é comum a mulher que tem cólica menstrual sentir um desconforto, por reflexo, na coluna. Ao tentar compensar pode ter uma reação mais prolongada e a inflamação de parte da estrutura ao redor dos ossos, o que aumenta o desconforto. Hoje em dia, também não dá para ignorar que o uso de dispositivos eletrônicos, em posições nem sempre conscientes, também aumenta o risco de dores precoces”, explica Dr. Adriano Scaff, neurocirurgião do Centro Especializado em Coluna e Dor, de Ribeirão Preto, que concentra seu trabalho no combate a dores crônicas.
Aos 20 e 30 anos, a mulher está em plena fase produtiva. E as dores mais comuns nessas duas décadas são: “tanto as sedentárias como as atléticas podem ter a dor miofascial. Sabe aquela sensação de contratura muscular, aquela que o músculo dá um “nó”? Essa é a dor miofascial. “Outro ponto a observar: nessa fase ainda, tem mulheres que acordam pela manhã com dor nas costas e essa dor melhora ao longo do dia. Pode ser uma doença dos discos vertebrais. Se persistir é interessante consultar um médico, completa. “A gente não percebe, mas de, pouquinho em pouquinho, vamos limitando os movimentos e a fraqueza muscular impacta lá na frente.”
Nesta fase, pode começar mais uma preocupação: as dores por conta da gravidez. “Novamente, a musculatura forte pode ajudar muito. E uma boa alimentação, com itens que combatem os processos inflamatórios, inchaços e que complementam a saúde dos ossos, já que o cálcio é muito requisitado para a formação do bebê.”
A partir dos 40 anos, quando, para grande parte das mulheres, a atividade física se reduz, a dor miofascial pode ser mais presente. Motivo?” De novo, se a musculatura fica mais fraca, qualquer movimentação pode gerar esses pontos de gatilho. Por isso, é importante manter uma rotina de exercícios”, lembra Dr. Adriano. E a atenção com a saúde dos ossos é fundamental, pois “nessa fase, os hormônios protetores começam a diminuir e a renovação celular também fica mais lenta.”
Risco em todas as idades? O sobrepeso. Uma recente análise de perda de peso e dor nas articulações em adultos obesos indica que uma perda de peso de 5,1% dá alívio sintomático da dor, mas uma perda de peso de 10% corresponderá a um efeito clínico de moderado a grande na extremidade inferior dor nas articulações.
Como se cuidar? Nem todos os exercícios são indicados para todo mundo. Cada mulher tem um perfil, que se define por características físicas. Um fisioterapeuta pode ajudá-la a escolher a melhor modalidade para o seu. Importante mesmo é se movimentar e se movimentar da maneira correta.