A neuroestimulação medular, também conhecida como estimulação da medula espinhal, é um procedimento médico que envolve a implantação de um dispositivo eletrônico no corpo para modular a atividade das vias nervosas na medula espinhal.
Essa técnica é geralmente utilizada no tratamento da dor crônica, particularmente quando outras opções de tratamento não foram eficazes.
Leia este artigo até o final e entenda como a neuroestimulação pode ajudar no tratamento da dor crônica.
Como funciona a neuroestimulação medular?
A neuroestimulação medular funciona interferindo na transmissão de sinais de dor do corpo para o cérebro por meio da aplicação de estímulos elétricos na medula espinhal. Aqui estão os passos gerais de como o procedimento funciona:
Implantação do neuroestimulador
O primeiro passo envolve a cirurgia para implantar o neuroestimulador medular. Isso geralmente é feito com o paciente sob anestesia local ou geral. Um cirurgião cria pequenas incisões na pele, geralmente na região do peito ou nas costas, e insere e fixa os eletrodos no espaço epidural próximo à medula espinhal. O gerador do neuroestimulador é implantado em uma bolsa subcutânea próxima, geralmente na parte superior do peito ou na região glútea.
Programação do neuroestimulador
Após a cirurgia, o neuroestimulador é programado por um técnico especializado em estimulação medular. Os parâmetros do estímulo elétrico, como a frequência, a amplitude e a largura do pulso, são ajustados de acordo com as necessidades e preferências do paciente. O paciente pode ser fornecido com um controle remoto para ajustar a estimulação dentro de limites predefinidos.
Estímulo elétrico
Uma vez que o neuroestimulador está programado adequadamente, ele começa a gerar impulsos elétricos suaves que são transmitidos aos eletrodos implantados na medula espinhal. Esses impulsos elétricos interferem na transmissão dos sinais de dor através das fibras nervosas da medula espinhal. Em vez de sentir dor, o paciente pode experimentar uma sensação de formigamento, que é considerada mais tolerável.
Redução da percepção da dor
O estímulo elétrico da neuroestimulação medular ajuda a diminuir a percepção da dor ao longo das vias nervosas da medula espinhal. Isso pode resultar em uma redução significativa na intensidade da dor sentida pelo paciente. Além disso, os impulsos elétricos também podem estimular a liberação de endorfinas, que são substâncias químicas naturais do corpo que têm propriedades analgésicas, contribuindo para o alívio da dor.
Qual o objetivo da radiofrequência pulsada?
O objetivo da neuroestimulação medular é proporcionar alívio da dor crônica, especialmente em situações em que outras opções de tratamento não foram eficazes ou resultaram em efeitos colaterais indesejados. Este procedimento é usado para atingir diversos objetivos relacionados à gestão da dor crônica, tais como:
- Alívio da dor: O principal objetivo da neuroestimulação medular é reduzir a percepção da dor em pacientes que sofrem de condições dolorosas crônicas, como dor nas costas, dor neuropática, neuralgia do trigêmeo, síndrome pós-laminectomia e outras. Isso permite que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida e sejam mais funcionais em suas atividades diárias.
- Redução do uso de medicamentos: A neuroestimulação medular pode ajudar os pacientes a reduzir a dependência de medicamentos analgésicos, como opióides, que podem ter efeitos colaterais prejudiciais e riscos de dependência. Isso é particularmente importante em um momento em que existe uma preocupação crescente com a epidemia de opióides.
- Melhoria da função física: O alívio da dor proporcionado pela neuroestimulação medular pode permitir que os pacientes retomem atividades físicas, exercícios e tarefas diárias que antes eram limitadas devido à dor crônica. Isso pode contribuir para uma melhor qualidade de vida e bem-estar geral.
- Melhoria na qualidade de vida: A redução da dor crônica por meio da neuroestimulação medular pode ter um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, permitindo que eles desfrutem de suas atividades diárias, tenham relacionamentos mais satisfatórios e participem mais ativamente em suas comunidades.
- Evitar cirurgias mais invasivas: Em alguns casos, a neuroestimulação medular pode ser uma alternativa menos invasiva a procedimentos cirúrgicos mais agressivos, como a cirurgia de fusão espinhal. Isso pode ser benéfico, especialmente para pacientes que desejam evitar cirurgias mais arriscadas.
Em quais casos a neuroestimulação pode ser uma opção de tratamento?
A neuroestimulação medular é considerada uma opção de tratamento para uma variedade de condições de dor crônica que não respondem adequadamente a tratamentos mais conservadores.
Alguns dos casos em que a neuroestimulação medular pode ser considerada incluem:
- Dor nas costas crônica: Pode ser utilizada para tratar dor nas costas crônica que não responde a tratamentos convencionais, como fisioterapia, medicação ou injeções.
- Dor neuropática: Esta técnica é frequentemente eficaz no tratamento de dor neuropática, que resulta de danos aos nervos, como na neuropatia diabética ou neuralgia pós-herpética.
- Neuralgia do trigêmeo: A neuroestimulação medular pode ser uma opção para o tratamento da neuralgia do trigêmeo, uma condição que causa dor facial intensa e recorrente.
- Síndrome pós-laminectomia: Alguns pacientes que continuam a sentir dor crônica após uma cirurgia de coluna lombar (laminectomia) podem se beneficiar da neuroestimulação medular.
- Dor de membros fantasmas: Em pacientes que experimentam dor em membros amputados (dor de membros fantasmas), a neuroestimulação medular pode ser usada para aliviar essa condição.
- Complexo de dor regional regional (CRPS): Também conhecido como síndrome de dor regional complexa, o CRPS é uma condição que afeta um membro do corpo, resultando em dor crônica e outros sintomas. A neuroestimulação medular pode ser uma opção em alguns casos.
- Doença de aracnoidite: A aracnoidite é uma condição rara em que a aracnoide, uma das membranas que envolvem a medula espinhal, se inflama. A neuroestimulação medular pode ajudar a controlar a dor associada a essa condição.
A neuroestimulação medular é um procedimento seguro?
A neuroestimulação medular é geralmente considerada um procedimento seguro quando realizado por médicos especializados e após uma avaliação adequada do paciente. No entanto, como qualquer procedimento médico, existem riscos associados à neuroestimulação medular, e a segurança do procedimento depende de vários fatores.
A seleção apropriada de pacientes é fundamental para a segurança e eficácia da neuroestimulação medular. Nem todos os pacientes com dor crônica são candidatos ideais para esse procedimento. Os médicos realizam uma avaliação minuciosa para determinar se o paciente atende aos critérios adequados para a cirurgia.
A cirurgia para a implantação do neuroestimulador requer habilidades cirúrgicas especializadas. Os cirurgiões experientes em neuroestimulação medular têm um menor risco de complicações durante o procedimento.
Como a cirurgia envolve a implantação de dispositivos no corpo, existe um risco de infecção. As medidas de assepsia e esterilização adequadas são fundamentais para minimizar esse risco.
Conclusão
É importante notar que a neuroestimulação medular geralmente é considerada quando os benefícios potenciais superam os riscos e as alternativas de tratamento. Os pacientes que consideram a neuroestimulação medular devem discutir cuidadosamente os benefícios, riscos e alternativas com seus médicos.
O acompanhamento adequado e a manutenção do dispositivo após a implantação também são essenciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Em geral, os benefícios da neuroestimulação medular para muitos pacientes com dor crônica podem superar os riscos associados ao procedimento, mas a decisão de prosseguir deve ser feita com base na avaliação individual de cada paciente.