Quando se trata de dores lombares, as palavras que aparecem com mais frequência são “vértebras “, “músculos “, “discos vertebrais” que, no geral, estão relacionadas ao sistema musculoesquelético.
Dificilmente encontramos conteúdos que falem sobre a relação da nutrição com as dores nas costas, mas você sabia que elas podem estar associadas?
Nesta matéria, irei abordar a relação da alimentação com as dores nas costas e como saber se a sua dor está relacionada à sua alimentação e metabolismo.
Boa leitura!
Alimentação e dores nas costas estão relacionadas?
Muitas pessoas não sabem, mas a alimentação e dores nas costas estão relacionadas!
Alguns alimentos que ingerimos podem ser agentes causadores de dor nas costas, ou no mínimo ajudar a desencadear a dor.
Vamos ver alguns exemplos?
Intestino e o músculo Psoas
Vamos começar falando da relação entre o intestino e um músculo pouco conhecido, o músculo Psoas.
O intestino se inclina e se ancora firmemente às vértebras da parte inferior das costas.
Assim, se ele não estiver funcionando bem, seja por uma inflamação ou constipação, ele acaba retendo muito ar e aumenta o seu próprio volume, esmagando os tecidos circundantes, incluindo as costas e os músculos lombares.
O intestino está muito próximo a um dos músculos lombares mais importantes, o íleo.
Assim, quando o intestino está frequentemente irritado ou inflamado, o psoas, e portanto, as vértebras lombares, acabam sendo afetados.
O estômago e a coluna estão ligados?
O mesmo argumento para o intestino pode ser aplicado ao estômago, que está fortemente ligado ao diafragma e aos músculos da região escapular.
Se o estômago estiver sempre contraído ou inflamado, pode facilmente refletir essa condição, gerando uma contratura na região escapular (geralmente na omoplata esquerda, embora isso não seja uma regra).
Desidratação
A causa alimentar mais simples é também a mais comum: os músculos são feitos 70% de água, e quando você não bebe o suficiente, o corpo precisa tirar a água dos tecidos mais ricos em água, como o cérebro, sangue e músculos.
Assim, o corpo foca em consumir a água dos músculos, causando desidratação, incômodo e dor.
Inflamação alimentar
A comida que comemos pode ajudar a aumentar a quantidade de moléculas inflamatórias, assim, quanto mais moléculas inflamatórias tivermos, maior será a probabilidade de ter dor esquelética, principalmente a dor lombar.
A comida pode aumentar o nosso grau inflamatório por vários motivos, como:
- Excesso de calorias: comer exageradamente e excesso de peso são as principais causas da inflamação relacionada aos alimentos.
- Consumo exagerado de alimentos refinados e processados: quanto mais o alimento que ingerimos se afasta de sua forma natural, mais fácil é para sua digestão produzir resíduos, o que contribui para aumentar o grau de inflamação.
Quais são as características da sua dor nas costas?
É bem difícil perceber o quanto sua dor nas costas está relacionada à alimentação e ao metabolismo, mas existem algumas características que fazem você se inclinar para o sim ou não.
A primeira característica é o tipo de dor e as circunstâncias em que ocorre.
Se você tem uma dor muito localizada ligada a um movimento ou esforço específico, é improvável que haja uma motivação “alimentar”.
A dor nas costas associada à alimentação é muito mais disseminada, porque está ligada a um estado de inflamação geral.
Sua dor nas costas muda se você muda sua dieta?
O teste mais confiável para saber se a dor nas costas é causada pela alimentação, é mudar o que você come.
Inicialmente, você pode começar trocando os alimentos consumidos no jantar e priorizando os vegetais nessa refeição. Repare se ocorre um alívio durante o período da noite e se a dor volta pela manhã, principalmente após outra refeição. Outro teste é reduzir os açúcares.
É importante também manter uma alimentação rica em cálcio, para prevenir futuramente um quadro de osteoporose e lesões na coluna.
Ao notar que existe uma relação entre a dor nas costas e a sua alimentação, procure um médico para te orientar sobre os próximos passos e também nutricionistas para prescrever uma dieta adequada. Lembre-se que apenas esses profissionais podem orientar uma dieta assertiva de acordo com cada caso.