Você já ouviu falar da Síndrome do Desfiladeiro Torácico? Essa condição engloba várias doenças e consiste na compressão das estruturas nervosas ou vasculares na região do desfiladeiro torácico.
A SDT é uma síndrome rara e potencialmente grave que atinge principalmente adultos jovens entre 20 e 40 anos de idade. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença
Quer conhecer tudo sobre a Síndrome do Desfiladeiro Torácico? Então, leia o artigo até o fim.
O que é a Síndrome do Desfiladeiro Torácico?
A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) é um grupo de distúrbios que ocorrem quando os vasos sanguíneos ou nervos no espaço entre a clavícula e a primeira costela – considerada saída torácica – são comprimidos. Isso pode causar dormência nos dedos, além de dores no ombro e pescoço.
Existem alguns tipos diferentes de Síndrome do Desfiladeiro Torácico.
- A SDT Neurogênica acontece quando os nervos que vão do pescoço ao braço (plexo braquial) são comprimidos.
- A SDT Venosa acontece quando uma ou mais veias sob a clavícula são comprimidas, resultando em coágulos sanguíneos. A trombose venosa profunda é mais comum nas pernas.
- A SDT Arterial acontece quando uma das artérias sob a clavícula é comprimida, resultando no abaulamento da artéria, também conhecido como aneurisma.
É possível ter uma mistura dos três tipos diferentes de Síndrome do Desfiladeiro Torácico, com várias partes da saída torácica sendo comprimidas.
Quais são as causas da Síndrome do Desfiladeiro Torácico?
As causas da Síndrome do Desfiladeiro Torácico variam e podem incluir os aspectos abaixo.
- Defeitos anatômicos: são más formações herdadas e presentes no nascimento (congênitos). Podem incluir uma costela extra localizada acima da primeira costela (costela cervical) ou uma faixa fibrosa anormalmente apertada conectando a coluna vertebral à costela.
- Má postura: movimentos como o de olhar constantemente o celular, com os ombros abaixados e a cabeça inclinada para frente, pode causar a compressão na área da saída torácica.
- Traumas: um evento traumático, como, por exemplo, um acidente de carro, pode causar alterações internas que comprimem os nervos da saída torácica. Os sintomas demoram mais a aparecer nesses casos.
- Musculação: a construção muscular excessiva no pescoço pode comprimir os nervos ou vasos subclávios.
- Excesso de peso: assim como acontece com o ganho excessivo de massa muscular, o excesso de gordura no pescoço pode comprimir os nervos dos vasos da região da saída torácica.
- Tumor no pescoço: em raras ocasiões, um tumor pode ser a causa da compressão dos nervos ou vasos da região da saída torácica.
Quais são os sintomas da Síndrome do Desfiladeiro Torácico?
Os sintomas da Síndrome do Desfiladeiro Torácico variam de acordo com o tipo.
No caso da SDT Neurogênica, são percebidos os seguintes sinais:
- dormência ou formigamento no braço, ou nos dedos;
- dores no pescoço, ombro, braço ou mão;
- enfraquecimento do aperto de mãos;
- cansaço rápido do braço;
- atrofia (encolhimento e fraqueza) da almofada do polegar, o músculo da palma da mão que leva ao polegar (sintoma raro).
Os sintomas podem ir e vir, mas, na maior parte das vezes, pioram quando os braços são sustentados. Quanto mais tempo os braços ficarem erguidos, maior a piora dos sinais.
Já os sintomas da SDT Venosa podem incluir:
- mudança da cor das mãos, que podem apresentar um tom amarelado;
- dor no braço e inchaço;
- coágulo sanguíneo nas veias da área superior do corpo;
- fadiga do braço em atividade;
- palidez ou cor anormal em um ou mais dedos, ou na sua mão;
- dor latejante perto da clavícula;
- formigamento doloroso na mão e no braço;
- veias muito proeminentes no ombro, pescoço e mão.
Por fim, os sintomas da SDT Arterial são:
- dedos, mãos ou braços frios;
- dor nas mãos e no braço;
- falta de cor (palidez) ou descoloração azulada (cianose) em um ou mais de seus dedos, ou em toda a sua mão;
- pulso fraco ou ausente no braço afetado.
É importantíssimo consultar um médico se você sentir consistentemente algum dos sinais e sintomas da Síndrome do Desfiladeiro Torácico.
Qual é o tratamento para a Síndrome do Desfiladeiro Torácico?
Na maioria dos casos, a Síndrome do Desfiladeiro Torácico é tratada utilizando abordagens conservadoras, especialmente se a condição for diagnosticada precocemente. O tratamento pode incluir:
- Fisioterapia: nos casos de SDT Neurogênica, a fisioterapia costuma ser a primeira linha de tratamento. Por meio dela, é possível fazer exercícios que fortalecem e esticam os músculos do ombro, com o objetivo de abrir a saída torácica. Esses exercícios, a longo prazo, podem tirar a pressão dos vasos sanguíneos e nervos na saída torácica.
- Medicamentos: os médicos podem prescrever medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos ou relaxantes musculares para diminuir a inflamação, reduzir a dor e promover o relaxamento muscular. Se houver um coágulo sanguíneo, podem ser prescritos medicamentos para diluir o sangue.
Também podem ser adotadas opções cirúrgicas, caso os tratamentos conservadores não sejam eficazes, se você estiver enfrentando sintomas contínuos ou agravantes, ou se tiver danos neurológicos progressivos.
A cirurgia para tratar a Síndrome do Desfiladeiro Torácico pode ser realizada utilizando diversas abordagens diferentes. Essas abordagens envolvem a remoção de um músculo ou de uma parte da primeira costela para aliviar a compressão. Também pode ser necessária a realização de uma operação para reparar os vasos sanguíneos.
Conclusão
A SDT é uma condição mais rara, e os sintomas associados à síndrome da saída torácica podem ser causados por várias outras condições, dificultando o diagnóstico da condição pelos médicos. Muitas pessoas experimentam sintomas da síndrome do desfiladeiro torácico por anos antes de serem diagnosticadas com a condição, o que pode causar estresse e frustração.
Por isso, é importante informar-se sobre o assunto e consultar o seu médico, caso você perceba qualquer sinal ou sintoma.