A dor na coluna é uma queixa frequente nos consultórios de neurocirurgia. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 80% da população tem algum problema na coluna, sendo a dor nas costas a principal causa de queixa entre pessoas abaixo dos 45 anos. Além disso, estima-se que em mais de 40% dos casos os pacientes sofrem de dor crônica, ou seja, uma dor que dura mais de três meses.
Esse problema prejudica muito a qualidade de vida dos pacientes, que sofrem por não conseguir realizar tarefas básicas do dia a dia.
Para alívio das dores nas costas, uma das alternativas é usar o método de bloqueio da dor, ou infiltração na coluna, que tem como objetivo o tratamento de dor na coluna e no ciático, provenientes de inflamação ou compressão do nervo.
Quer saber mais sobre esse tratamento? Então, continue lendo o artigo.
O que é o bloqueio da dor?
O bloqueio da dor, também conhecido como infiltração na coluna, é um procedimento minimamente invasivo que tem como objetivo aliviar as dores e diminuir o processo inflamatório local, resultando numa melhoria considerável da qualidade de vida do paciente.
A técnica pode ser aplicada em toda a extensão da coluna, desde a região cervical, torácica, lombar, até o sacro e o cóccix. Para a sua realização, é aplicada uma solução composta de corticoides, que possui efeito anti-inflamatório, associado a um agente anestésico. Todo o procedimento é realizado de forma percutânea, ou seja, sem cortes, com o uso de seringas e agulhas.
A infiltração pode ser feita em um ou mais pontos de gatilho da dor, no canal vertebral e ao redor dos nervos, e ajuda na recuperação de dores crônicas, dores neuropáticas ou dores ocasionadas por lesão ou inflamação. Na grande maioria dos casos, é feita antes de prosseguir para um tratamento cirúrgico.
Quando é indicado o bloqueio da dor?
O procedimento é indicado para a reabilitação de pacientes que, mesmo ao realizarem tratamentos clínicos de forma adequada, ainda sentem muita dor. Ou seja, nos casos resistentes a tratamentos conservadores, como medicamentos orais, fisioterapia e outros tipos de reabilitação.
Existem diversas condições e alterações que podem ser tratadas com o Bloqueio da Dor, veja algumas:
- dor lombar;
- dor cervical;
- artrose da coluna;
- osteófitos (bicos de papagaio);
- hérnia de disco;
- estenose;
- dor no cóccix;
- desgaste da articulação facetária;
- hipertrofia facetária na coluna;
- sacroileíte, dentre outras.
O bloqueio anestésico também pode ser indicado para confirmação de diagnósticos quando a origem da dor não é completamente esclarecida em exames físicos ou de imagem. O melhor momento para a realização do procedimento deve ser discutido cuidadosamente com o neurocirurgião, uma vez que o bloqueio, quando feito de forma isolada, pode não ter o efeito desejado.
Como é realizado o bloqueio da dor?
Apesar de ser um procedimento simples, o bloqueio deve ser realizada no centro cirúrgico. Isso se dá por ser necessário utilizar equipamentos de imagem, como raio-x e tomografia para verificar se tudo está correndo bem. Além disso, deve-se manter o paciente monitorado durante todo o processo.
As aplicações demoram cerca de 10 a 20 minutos para serem realizadas e são feitas com anestesia local e com o paciente sedado (dormindo), mas em alguns casos, com o paciente parcialmente sedado, assim ele pode conversar com o médico e relatar qualquer dor ou desconforto.
São feitas punções para aplicação dos medicamentos nos pontos gatilhos, ou seja, causadores das dores. Para isso, são utilizadas seringas e agulhas específicas para cada caso.
Por ser um procedimento minimamente invasivo, que não há cortes na pele, geralmente não é necessária a internação. Ou seja, é possível que a pessoa vá para casa no mesmo dia e isso ocorre na grande maioria dos casos.
A melhora das dores é gradual e os resultados podem ser sentidos em sua totalidade em cerca de 10 a 20 dias após o bloqueio.
Quais os riscos e benefícios do bloqueio da dor?
É fundamental que o médico informe ao paciente que, como em qualquer procedimento, o bloqueio também possui os seus riscos e benefícios. Saiba quais são abaixo.
Riscos
O bloqueio anestésico, por ser um procedimento minimamente invasivo e seguro, possui pouquíssimos riscos inerentes à aplicação. Complicações neurológicas e infecciosas são efeitos adversos muito raros (aumento da dor, infecção, e outros inerentes aos medicamentos injetados e à sedação).
Entretanto, dentre os riscos, cabe destacar que nem todos os procedimentos resultam na melhora desejada pelo paciente. Podem ser necessárias mais aplicações ou procedimentos adicionais.
Benefícios
Já os benefícios do bloqueio anestésico já foram bastante citados durante o artigo: a melhora da dor e o auxílio na reabilitação do paciente. Na maioria dos casos é possível evitar a cirurgia na coluna ( principalmente nas dores crônicas ) uma vez que a dor melhore.
Além disso, por serem realizadas aplicações diretamente na origem da dor, os resultados costumam ser mais eficazes e com menos efeitos colaterais quando comparado à ingestão de medicamentos orais.
Entretanto, cabe salientar que nenhum médico pode garantir o sucesso do procedimento, uma vez que os problemas têm causas diferentes e cada organismo responde de uma forma ao tratamento.
Conclusão
O bloqueio da dor é um procedimento que traz melhorias consideráveis para o aumento da qualidade de vida de pacientes que sofrem com dores crônicas nas costas.
Entretanto, ele deve ser feito em casos específicos e no momento correto, de acordo com as orientações do seu neurocirurgião.
Não deixe de consultá-lo para saber se as infiltrações são adequadas para você.